Religiosidade no consultório psicoterapêutico: concepções e experiências de psicólogos junguianos

Autores

  • Itacir João Piasson
  • Marta Helena de Freitas
  • Douglas Leite Piasson

Palavras-chave:

Religiosidade, Espiritualidade, Psicoterapia, Psicologia Junguiana, Consultório Psicoterrapêutico

Resumo

O artigo descreve os resultados de uma pesquisa qualitativa, de base fenomenológica, realizada com três psicoterapeutas de formação junguiana, a qual tem como objetivos conhecer suas percepções, concepções e experiências com o tema da religiosidade no âmbito de atendimentos psicoterápicos em consultório particular de Brasília/DF e de Cuiabá/MT. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os três participantes, abordando os seguintes temas-eixos: 1) contexto de atuação e atividades desenvolvidas; 2) formas de manifestação da religiosidade dos usuários; 3) relação entre religiosidade e saúde mental; 4) modo de lidar com a religiosidade no contexto de atuação; 5) o que consideram boas e más práticas no lidar com a religiosidade; 6) conexão e distinção entre experiência religiosa e psicopatologia; 7) religiosidade pessoal e sua influência no trabalho; 8) abordagem do tema ao longo da formação; recomendações a jovens profissionais. Todas as entrevistas foram gravadas, transcritas, revisadas e analisadas com base no método proposto por Amadeu Giorgi. Buscou-se identificar as convergências e especificidades das experiências dos participantes, contextualizando-as também em função das características da população atendida. Os resultados evidenciam que os profissionais acolhe de forma respeitosa e ética a diversidade de experiências religiosas/espirituais de seus pacientes; identificam tanto relações patológicas quanto terapêuticas entre religiosidade e saúde mental; consideram boas práticas as experiências religiosas que contribuem para o processo de individuação e más práticas as que promovem a discriminação, alienação e adoecimento mental; reconhecem a influência da religião pessoal no ambiente de trabalho porém atuam de acordo com o código de ética do psicólogo sem induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas ou religiosas; por fim reconhecem a importância do estudo aprofundado da psicologia da religião, especialmente a psicologia junguiana, e recomendam o mesmo aos jovens profissionais para o exercício da profissão.

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Publicado

2024-12-19

Edição

Seção

Artigos