AJUSTES DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE EXERCÍCIO DE CICLISMO EM DIFERENTES INTENSIDADES ATÉ A EXAUSTÃO
Resumo
Contexto: A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é uma ferramenta útil para avaliar a modulação do sistema nervoso autonômico durante o exercício. No entanto, até onde sabemos, nenhum estudo verificou as respostas da VFC durante o exercício de ciclismo com carga de trabalho constante até a exaustão em duas intensidades diferentes.
Objetivo: Avaliar a VFC e as alterações fisiológicas durante o exercício de ciclismo até a exaustão no primeiro limiar de lactato (LT1) e acima do segundo limiar de lactato (>LT2).
Métodos: Após um teste incremental máximo preliminar para avaliar a potência de pico (WPEAK), os indivíduos (n = 10) realizaram dois testes de ciclismo com carga constante até a exaustão em intensidades diferentes. Em ordem aleatória e contrabalançada, pedalaram até a exaustão em LT1 ou em 25% da diferença entre LT2 e WPEAK (>LT2). A VFC, amostras de sangue e classificações de percepção de esforço foram coletadas durante ambas as sessões.
Resultados: Uma retirada parassimpática total (SD1 < 3ms) ocorreu desde o início do exercício em >LT2 e apenas após 60% do tempo em LT1 (p < 0,05). A alta frequência (HF) apresentou efeito principal do tempo em LT1 e interação tempo-intensidade entre 20% e 80% do tempo total de exercício (p < 0,05). Em relação às variáveis fisiológicas, a norepinefrina aumentou progressivamente em >LT2 (p < 0,05), mas não em LT1 (p > 0,05). A razão respiratória aumentou significativamente (p < 0,05) durante todo o exercício em ambas as intensidades.
Conclusão: Os resultados sugerem que a VFC e a frequência respiratória não apresentam comportamento de estado estável nem em LT1 nem em >LT2. O exercício >LT2 provoca retirada parassimpática desde o início, enquanto em LT1 isso ocorre apenas após 60% do tempo total.