Transplante Hepático como Abordagem Terapêutica para Tumores Neuroendócrinos Metastáticos
Resumo
Os Tumores neuroendócrinos (TNE) são um grupo raro e heterogêneo de neoplasia maligna com crescimento lento e a variada capacidade secretória das células neuroendócrinas, principalmente do pâncreas, trato gastrointestinal e da árvore brônquica, podem contribuir para o seu diagnóstico tardio. Os TNE são pouco frequentes, sendo a incidência global de tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos de 2,5 - 5 casos por 100.000 habitantes. O crescimento lento destes tumores favorece o curso clínico oligosintomático, consequentemente, são diagnosticados tardiamente quando já há metástase. O exame diagnóstico de imagem mais eficaz para visualizar o tumor primário é a cintilografia com somatostatina, que identifica as células tumorais as quais expressam os receptores de somatostatina. Atualmente, sabe-se que a cirurgia é a melhor forma de tratamento, sendo eficaz no alívio dos sintomas. Também, é o único manejo terapêutico potencialmente curativo se realizada a ressecção cirúrgica completa de lesões primárias e metastáticas. Sabe-se que a sobrevida cai significativamente se os pacientes que possuem metástase hepática do tumor neuroendócrino não forem beneficiados com a cirurgia de transplante, chegando a índices de 25% em 5 anos. Devido às suas características, a única indicação aceitável para transplante hepático em cânceres metastáticos é em caso de metástase hepática oriunda de um TNE. As indicações são: mal estado geral, impossibilidade de qualquer outra terapia e caso o paciente for apresentar os sintomas durante o resto da vida. O objetivo deste trabalho é mostrar a importância do transplante hepático como abordagem terapêutica para os tumores neuroendócrinos metastáticos, sendo o único tratamento potencialmente curativo nesses casos.
Palavras-chaves: tumor neuroendócrino metastático, transplante hepático, tratamento