Estudos de eventos aplicados à análise de fusões: Teoria e casos no Brasil

Autores

  • Pedro Rafael Lopes Fernandes ASTEF
  • Sérgio Aquino de Souza Universidade Federal do Ceará
  • Lucia Helena Salgado Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ

Resumo

Este artigo tem por objetivo aplicar a metodologia estudos de eventos a dois casos de fusão julgados pelo Cade (Conselho Administrativo de defesa da concorrência): Itaú-Unibanco (2008) e Gol-Webjet (2011). De acordo com a metodologia utilizada por Eckbo(1983), fusões anticompetitivas beneficiam não apenas as empresas envolvidas na operação, mas também as firmas rivais, pois estas também ganham com um ambiente menos competitivo. Portanto, uma fusão é considerada anticompetitiva se for verificado um aumento no valor das ações das empresas rivais. Por outro lado, caso o mercado espere que uma dada fusão propicie ganhos significativos de eficiência produtiva, seria observada uma redução no preço das ações das empresas rivais, pois estas passariam a competir com empresa com maior vantagem competitiva. Ao assumir esta estratégia de identificação, conclui-se que ambas as decisões do Cade são consistentes com os resultados empíricos obtidos por meio da metodologia de estudos de eventos.

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Biografia do Autor

Pedro Rafael Lopes Fernandes, ASTEF

É Professor Mestre no Departamento de Economia da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. Mestre em Teoria Econômica pelo CAEN/UFC.

Sérgio Aquino de Souza, Universidade Federal do Ceará

Possui título de PhD em Economia - Pennsylvania State University (2004). Sua pesquisa se concentra na área de Organização Industrial, especificamente em métodos empíricos estruturais com aplicações à análise de demanda, medição de poder de mercado e análise de fusões. Publica em revistas nacionais e internacionais de renome como o Journal of Industrial Economics e possui bolsa de produtividade do CNPQ. É professor do CAEN (Curso de Pós-Graduação em Economia) e do Departamento de Teoria Econômica (DTE) da Universidade Federal do Ceará. Foi o primeiro Economista-Chefe do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Lucia Helena Salgado, Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ

Professora Associada da Faculdade de Ciências Econômicas, Programa de Pós Graduação em Ciências Econômicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com pós-doutorado pela Université de Toulouse I, Capitole - Toulouse School of Economics (TSE) 2012-2013 (apoio CAPES). Doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996). Professora visitante Toulouse School of Economics, Master 2 ECL - Economics and Competition Law, (fev. mar. 2014); foi pesquisadora visitante e doutoranda em intercâmbio na Universidade da Califórnia, Berkeley (1994-1996); mestre em Ciência Política pelo IUPERJ e bacharel em Economia pela UFRJ. Foi membro do grupo de trabalho que deu origem à lei brasileira de defesa da concorrência e conselheira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) por dois mandatos, de 1996 a 2000. Foi Coordenadora de Estudos de Regulação e Mercados da Diretoria de Estudos e Políticas de Estado, Instituições e Democracia do IPEA de 2008 a 2013. Atualmente, é Professora visitante do curso de Pós-Graduação em Gestão da Inovação do Laboratório de Gestão de Tecnologia e Inovação do Instituto de Geociências da Unicamp desde 2006; é membro da equipe de pesquisa do NECTAR/ITA (Núcleo de Economia dos Transportes, Antitruste e Regulação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Tem coordenado grupos de pesquisa em escala nacional e internacional desde 1994 em Organização Industrial, Regulação Econômica, Mecanismos de Governança e Direito e Economia, atuando principalmente nos seguintes temas: instrumentos regulatórios e desenho de mecanismos, economia antitruste, propriedade intelectual e concorrência e nova economia institucional

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Publicado

2018-06-13

Edição

Seção

Artigos