Ken Jacobs: a perversão dos arquivos e as figuras que observam os espectadores
DOI:
https://doi.org/10.31501/esf.v1i16.11091Resumo
O artigo analisa duas obras recentes do cineasta norte-americano Ken Jacobs que interagem diretamente com aspectos da remediação. O primeiro filme chama-se ATom Tom Chaser (2002), no qual Ken Jacobs registra a telecinagem que transforma o filme silencioso Tom Tom the Piper's Son da sua materialidade química à mídia eletrônica. O filme é prenhe de gestos poéticos que convidam os espectadores a redescobrirem os ruídos midiáticos escondidos nas imagens. Mais precisamente, Jacobs foca nos instantes de transição nos quais não se pode perceber, precisamente, de qual materialidade e suporte exato a imagem foi feita ou está sendo expressa. O segundo filme é The Guests (2014). Trata-se de um 3D não convencional, no qual Jacobs encontra e manipula um breve trecho dos irmãos Lumières para inventar e descobrir olhares, e fenômenos óticos, que não estavam evidentes nos fotogramas originais. Na sua remediação da tecnologia 3D Jacobs insere o “efeito pfulrich” que permite borrara imagem do arquivo e cria instâncias de incerteza entre os intervalos dos dois olhos humanos. As figuras do filme, portanto, produzem um flerte, um olhar e uma interpelação direta aos espectadores.Ao analisar ambos os filmes ensaia-se uma compreensão de uma certa poética da perversão do arquivo, que seria característica na obra de Jacobs, pela qual a forma do olhar entre mídias desnaturaliza as mídias do olhar e, assim, salienta-se o instante da visualização, entre a sua dúvida, sua fé e suas especulações.
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