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  • Dossiê Comunicação e Pensamento Indígena

    2024-09-02

    Editores e editoras convidados: 

    Andrielle Mendes (Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN) 

    Ricardo de Jesus Machado (Universidade Federal do Oeste da Bahia - UFOB)

    Paula Rasia Lira (Universidade de São Paulo - USP)

    Renato Guimarães (University of Paris 1 Panthéon Sorbonne e Institute for Romance Studies, Friedrich Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg)

    Renata Lemos Morais (Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires CIRET, Paris)

     

    Datas importantes: 

    Data limite para submissão: 15 de agosto de 2025. 

    Período de avaliação: 16 de agosto a 15 de novembro de 2025. 

    Previsão de publicação da edição: dezembro de 2025. 

     

    O campo da Comunicação, tradicionalmente ancorado em paradigmas ocidentais, encontra no pensamento indígena uma oportunidade para expandir suas fronteiras epistemológicas e metodológicas. O pensamento dos povos originários do Brasil, representando 305 etnias e 274 línguas distintas (IBGE, 2010), oferece uma visão de mundo que transcende as dicotomias típicas do pensamento ocidental, como natureza e cultura, sujeito e objeto, corpo e espírito (Viveiros de Castro, 2002). Em vez de uma visão reducionista e linear da comunicação, o pensamento indígena nos propõe uma abordagem interconectada, onde a comunicação não se limita à troca de informações, mas é entendida como uma teia complexa que envolve cosmologia, espiritualidade, arte e vivência comunitária (Kopenawa & Albert, 2015).

    Essas perspectivas comunicacionais são profundamente enraizadas em uma compreensão do mundo que valoriza a interdependência entre todos os seres vivos, em consonância com a ideia de uma "partilha do sensível" (Rancière, 2000). A comunicação, sob essa ótica, não é apenas um processo técnico ou mediado por tecnologias, mas um ato relacional e ritualístico que sustenta a própria vida social e espiritual das comunidades (Cunha, 2009). "Há centenas de narrativas de povos que estão vivos, contam histórias, cantam, viajam, conversam e nos ensinam mais do que aprendemos nessa humanidade. Nós não somos as únicas pessoas interessantes no mundo, somos parte do todo. Isso talvez tire um pouco da vaidade dessa humanidade que nós pensamos ser, além de diminuir a falta de reverência que temos o tempo todo com as outras companhias que fazem essa viagem cósmica com a gente." (Krenak, 2019, p. 15)

    As cosmovisões indígenas oferecem alternativas concretas e simbólicas para enfrentar o colapso ambiental e social contemporâneo (Kopenawa & Albert, 2015; Krenak, 2019). A narrativa xamânica, por exemplo, integra elementos da natureza à prática de cura como formas de comunicação que são simultaneamente estéticas, éticas e políticas (Kopenawa & Albert, 2015). Essa complexidade do pensamento indígena é, portanto, crucial para o campo da Comunicação, pois nos desafia a reconsiderar nossas suposições sobre o que é comunicar, quem comunica e por quais meios (Viveiros de Castro, 2002). 

    “Em um país onde até hoje se discutem os efeitos do monopólio da fala (Sodré, 2010) e da monocultura da mente (Shiva, 2003), é interessante perceber a existência de grupos sociais que conferem o status de gente a não humanos e reconhecem a capacidade que não humanos têm de se expressar e dialogar” (Guilherme e Lacerda, 2024, p. 98), sobretudo, em países colonizados como o Brasil, onde a escravização conferiu status de sub-humanos a indígenas e negros, criando, como ressalta Ferreira da Silva (2019), uma dívida impagável.

    Mesmo que a restauração do valor total expropriado de terras nativas e corpos escravos (sic) - incluindo seus conhecimentos e tecnologias - seja tão improvável quanto incompreensível (Ferreira da Silva, 2019), desinvisibilizar as contribuições do pensamento indígena para os estudos comunicacionais pode ajudar a restituir uma parte desse valor (Guilherme, 2022).

    Mas, embora seja crescente o protagonismo de acadêmicos e anciões indígenas, que cada vez mais deixam de ocupar apenas o lugar de objetos de pesquisa para se tornar produtores de conhecimento de suas comunidades (Corrêa Xakriabá, 2018), o racismo científico/epistêmico/linguístico, ainda manifesto em espaços de produção de conhecimento científico, nos leva a indagar, parafraseando Spivak (2010): “pode o pesquisador indígena falar?” São vários os relatos de exclusão, violência e assédio, mas abundantes também as estratégias criadas pelos intelectuais oriundos de povos indígenas e outras comunidades tradicionais para produzir um “sentipensar” orgânico e confluente que espelhe a diversidade característica de um país com uma  raiz afropindorâmica tão resistente (Bispo, 2015). 

    Reconhecer a participação indígena no fazer epistemológico, observa Correa Xakriabá (2018), é uma forma de contribuir para o processo de descolonização de mentes e corpos, desconstruindo esse pensamento equivocado de que os povos indígenas não têm capacidade de ocupar os espaços de produção de conhecimento.

    Assim, o objetivo deste dossiê é oportunizar a visibilização desse pensamento outro, dessa outra forma de perceber e praticar a comunicação, que abre caminho para a efetivação de um diálogo interétnico e multiespécie, do qual advêm saberes, conceitos e abordagens que carregam dentro de si sementes capazes de propagar formas alternativas de pensar, criar e se relacionar com o mundo.

    Convidamos os pesquisadores à submissão de artigos que investiguem essas perspectivas, explorando como o pensamento indígena pode renovar, indigenizar e revitalizar as teorias e práticas comunicacionais contemporâneas. Buscamos contribuições que abordem a comunicação de maneira transdisciplinar, considerando aspectos cosmológicos, metafísicos, artísticos e experienciais que compõem a epistemologia indígena, contribuindo assim para a renovação do cânone da teoria comunicacional para que possa dialogar com as urgências do presente.

    Cultivando a “possibilidade de existir e pensar outramente” (Ferreira da Silva, 2019, p. 47), encorajamos, fortemente, pesquisadores indígenas - e também oriundos de outras comunidades tradicionais - a enviarem artigos para o dossiê a fim de compor um panorama atual acerca das contribuições do pensamento indígena para os estudos comunicacionais. Por isso, são bem vindos textos que abordam os seguintes pontos:

     

    • Contribuição de autores indígenas para os estudos da comunicação;
    • Inter-relação entre perspectivas indígenas e teorias da comunicação;
    • Arte indígena; cinema, publicidade, jornalismo e outras práticas comunicacionais indígenas.
    • Colonialidade do poder/saber/ser;
    • Epistemicídio e invisibilização dos acadêmicos indígenas (sobretudo das mulheres);
    • Descolonização dos currículos; educação e comunicação indígenas;
    • Racismo linguístico e epistêmico;

     

    Referências

    Correa Xakriabá, C. N. (2018). O Barro, o Genipapo e o Giz no fazer epistemológico de Autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. (Dissertação de mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília. Brasília – DF. 218 p

    Cunha, M. C. da. (2009). Cultura com aspas e outros ensaios. Cosac Naify.

    IBGE. (2010). Censo Demográfico 2010: Resultados preliminares. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

    Ferreira da Silva, D. (2019). A dívida impagável. São Paulo: Oficina de imaginação política e Living Commons.

    Guilherme, A. C. M. M. (2022). Comunicadoras indígenas e a de(s)colonização das imagens. Orientador: Juciano de Sousa Lacerda. 2022. 289f. Tese (Doutorado em Estudos da Mídia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

    Guilherme, A. C. M. M.; Lacerda, J. S. Um outro olhar: apontamentos sobre a representação dos povos indígenas na mídia. In: Viviani, A. E. A; DRIGO, M. O. (Orgs.). Mídia, violência e alteridade: perspectivas e debates. (2024). Curitiba, Paraná: Appris. 

    Kopenawa, D., & Albert, B. (2015). A Queda do Céu: Palavras de um xamã yanomami. Companhia das Letras.

    Krenak, A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia das Letras.

    Rancière, J. (2000). A partilha do sensível: Estética e política. Editora 34.

    Santos, A. B. (2015). Colonização, quilombos: Modos e significações. Brasília: INCTI.

    Shiva, V. (2003). Monoculturas da mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. Tradução Abreu Azevedo. São Paulo: Gaia.

    Sodré, M. (2010). O monopólio da fala: função e linguagem da televisão no Brasil. 8ª ed. Petrópolis: Vozes.

    Spivak, G. C. (2010). Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG.

    Viveiros de Castro, E. (2002). A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. Cosac Naify.

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  • Dossiê: Acontecimentos que (nos) afetam: crises, conflitos e resistências

    2024-07-04

    Editoras(es) convidadas(os):

    Denise Prado  (UFOP)

    Dôuglas Ferreira (UFMG/UFMT)

    Paula Simões (UFMG)

    Terezinha Silva (UFSC)

    Vera França (UFMG)

     

    EMENTA:

    Durante seu V Encontro realizado nos dias 25 e 26 de abril de 2024, a Rede Interinstitucional de Acontecimentos e Figuras Públicas, que reúne pesquisadoras e pesquisadores de várias instituições de ensino superior do Brasil,  propôs o debate sobre os conflitos e enfrentamentos que vêm atravessando o mundo contemporâneo. Vivemos um momento marcado por guerras, violências, ataques de múltiplas ordens, que se manifestam  tanto através de grandes acontecimentos quanto nas  formas de viver (e conviver) com a diferença em nosso dia-a-dia. O que nos interpela e ganha relevo tem sido especialmente as experiências de violência – envolvendo discursos de ódio, crises humanitárias, ecológicas, migratórias, políticas, sociais e culturais. Acontecimentos que nos afetam, instigam à ação e a (re)pensar o comum (QUERÉ, 2005; DEWEY, 1954). Vivemos tempo de guerras, mas também de resistências. Acontecimentos que nos submergem, personagens que ajudam a mudar a história. 

    A reflexão proposta para o V Encontro da Rede, e agora para este dossiê na Revista Esferas, procura incidir sobre a dimensão acontecimental das experiências públicas envolvidas na constituição desse mundo comum, cuja percepção não pode se dar sem certo assombro (PELBART, 2020).  Em um cenário marcado pela brutalidade, cabe problematizar e trazer à tona a potencialidade das reflexões comunicacionais, como “esse lugar de observação do mundo em movimento; dos quadros de sentido; do universo das imagens em suas junções e disjunções, consonâncias e dissonâncias estabelecidas por sujeitos ativos e atuantes que, em conjunto, e no atrito de suas afinidades e diferenças, constroem seu mundo partilhado” (FRANÇA, 2004, p. 25). 

    Referências

    DEWEY, John. The public and its problems. Chicago: The Swallon, 1954.

    FRANÇA, Vera. Representações, mediações e práticas comunicativas. In: PEREIRA, Miguel; GOMES, Renato C.; FIGUEIREDO, Vera Lúcia F. de. (Org.) Comunicação, representação e práticas sociais. Ed. PUC Rio, Rio de Janeiro, 2004, pp 13-26.

    QUÉRÉ, Louis. Entre o facto e sentido: a dualidade do acontecimento. In: Trajectos. Revista de Comunicação, Cultura e Educação, nº 6. Lisboa: ISCTE / Casa das Letras / Editorial Notícias, 2005, p. 59-75.

    PELBART, Peter Pál. Ensaios sobre o assombro. São Paulo: N-1 Edições,2019.

     

    Datas importantes:

    Data limite para submissão: 15 de setembro de 2024.

    Período de avaliação: 16 de  setembro a 15 de novembro de 2024.

    Previsão de publicação da edição: dezembro de 2024.

     

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  • Dossiê Cultura visual e violências

    2024-06-16

    Editores-convidados:

    Felipe Polydoro — Universidade de Brasília

    João Vitor Leal — Instituto Federal de Brasília

    Ileana Diéguez — Universidad Autónoma Metropolitana de México

    Jeremy Lehnen — Brown University

     

    O contexto internacional de aprofundamento de autoritarismos e disseminação de necropoderes complexifica ainda mais as relações entre mídia, imagem e violência. Nas sociedades de inimizade (Mbembe, 2017), o avanço complementar dos processos de militarização e “milicialização” banaliza progressivamente os usos políticos e econômicos do terror. Métodos de governo que modulam violência física e cultura do medo difundem-se entre instituições do Estado, organizações criminosas, estruturas privadas de segurança, em núcleos familiares. Tratam-se de violências de cunho racista, misógino, LGBTfóbico e classista dirigidas majoritariamente a grupos vulnerabilizados. Como já ocorreu em outros momentos da história, o estabelecimento da autoridade e o exercício do poder exigem, ao mesmo tempo, um espetáculo da violência visível e uma invisibilização do outro (Mondzain, 2015).  Nesse capitalismo gore (Valencia, 2010), a crueldade não só serve ao controle e descarte de populações, mas também produz valor. A destruição de corpos e a posterior veiculação de notícias e imagens brutais perfazem um circuito de capitalização interminável da tortura e da morte — no jornalismo sensacionalista, nas séries sobre crimes das plataformas de streaming, em perfis de redes sociais. Em contrapartida, fotografias e vídeos de evidência também perturbam a “ficção dominante” (Silverman, 1996), visibilizam e promovem a agência dos oprimidos e se tornam ferramentas eficazes de denúncia de violências de Estado, de micro-exércitos privados, grupos neo-fascistas etc. No cinema e nas artes visuais, inúmeros trabalhos dão expressão às sensibilidades e às "estruturas de sentimentos" (Williams, 2011) que emergem em tempos de brutalização das relações sociais. O objetivo deste dossiê é publicar trabalhos que analisam e discutem o fenômeno das violências sob o prisma da cultura visual. Entre os enfoques sugeridos (embora não exclusivos) podemos citar:

    • Políticas da representação e espetacularização da crueldade no audiovisual;
    • Articulações entre mídia, Estado penal e organizações criminais em meio à militarização e milicialização das sociedades;
    • Cultura do medo e controle social nos meios hegemônicos e nas redes digitais;
    • Novas estéticas e performances da violência no cinema, artes e outras manifestações visuais;
    • Imagens e narrativas que elaboram a violência social no âmbito da ficção;
    • Uso das imagens no combate à violência racista, contra as mulheres e contra a população LGBTQIAPN+;
    • Vídeos e fotos de guerra em tempos de redes sociais;
    • Produtos audiovisuais do trauma e da catástrofe;
    • Contra-discursos visuais e subalternidade;
    • Histórias de perpetração e perpetuação da violência por meio de imagens;
    • Narrativas visuais contra o capital extrativista no campo e na floresta.

     

    Data limite de submissão: 16 de fevereiro de 2025
    Período de avaliação: 16 de fevereiro a 15 de junho 2025
    Data prevista para publicação: 31 de agosto de 2025

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  • Dossiê Semiótica, Cognição e Comunicação

    2024-06-13

    Editoras convidadas:

    Priscila Borges (UnB)

    Patrícia Fonseca Fanaya (UnB)

     

    Data limite de submissão: 15 de dezembro de 2024

    Período de avaliação: 15 de dezembro a 15 de março 2025

    Data de publicação: até 30 de abril de 2025

    Número: Jan/Abr 2025

    Ementa: 

    Esta edição será dedicada a publicar estudos originais e consistentes, que examinem aspectos filosóficos e semióticos significativos dos diversos fenômenos, processos e resultados de comunicação. Os artigos devem considerar a amplitude do campo da comunicação sob uma perspectiva semiótico-cognitiva — podendo incluir, por exemplo, a comunicação linguística ou não-linguística, interpessoal, intercultural, retórica, digital, híbrida, de agentes não humanos, etc. A edição aceitará submissões de áreas de pesquisa estabelecidas e/ou emergentes a partir de vários fundamentos filosóficos, teóricos ou metodológicos — incluindo abordagens semióticas, cognitivas, interpretativas e críticas dos fenômenos comunicacionais.

     

    Call Title: Semiotics, Cognition and Communication

    Guest editors: Priscila Borges and Patrícia Fonseca Fanaya

    Number: Jan/Apr 2025

    Submission deadline: December 15, 2024

    Evaluation period: December 15th to March 15th 2025

    Publication date: until April 30, 2025

    Summary:

    This issue will publish original and consistent studies examining significant philosophical and semiotic aspects of the diverse phenomena, processes, and communication results. Articles must consider the breadth of the field of communication from a semiotic-cognitive perspective — which may include, for example, linguistic or non-linguistic, interpersonal, intercultural, rhetorical, digital, hybrid, non-human agent communication, etc. The edition will accept submissions from established and/or emerging research areas based on various philosophical, theoretical, or methodological foundations — including semiotic, cognitive, interpretative, and critical approaches to communication phenomena.

     

    Título de la convocatoria: Semiótica, Cognición y Comunicación

    Editoras invitadas: Priscila Borges y Patrícia Fonseca Fanaya

    Número: enero/abril de 2025

    Fecha límite de envío: 15 de diciembre de 2024

    Período de evaluación: 15 de diciembre al 15 de marzo de 2025

    Fecha de publicación: hasta el 30 de abril de 2025

    Resumen:

    Este número estará dedicado a publicar estudios originales y consistentes que examinen aspectos filosóficos y semióticos significativos de los diversos fenómenos, procesos y resultados de la comunicación. Los artículos deben considerar la amplitud del campo de la comunicación desde una perspectiva semiótica-cognitiva, que puede incluir, por ejemplo, comunicación lingüística o no lingüística, interpersonal, intercultural, retórica, digital, híbrida, con agentes no humanos, etc. La edición aceptará presentaciones de áreas de investigación establecidas y/o emergentes basadas en diversos fundamentos filosóficos, teóricos o metodológicos, incluidos enfoques semióticos, cognitivos, interpretativos y críticos de los fenómenos de la comunicación.

     

    Titre de l'appel : Sémiotique, cognition et communication

    Rédactrices invitées : Priscila Borges et Patrícia Fonseca Fanaya

    Numéro : janvier/avril 2025

    Date limite de dépôt : 15 décembre 2024

    Période d'évaluation : du 15 décembre au 15 mars 2025

    Date de publication estimée: 30 avril 2025

    Résumé:

    Ce numéro sera consacré à la publication d'études originales et cohérentes qui examinent des aspects philosophiques et sémiotiques significatifs des divers phénomènes, processus et résultats de la communication. Les articles doivent considérer l’étendue du domaine de la communication d’un point de vue sémiotique et cognitif – qui peut inclure, par exemple, la communication linguistique ou non linguistique, interpersonnelle, interculturelle, rhétorique, numérique, hybride, entre agents non humains, etc. L'édition acceptera des propositions provenant de domaines de recherche établis et/ou émergents basés sur divers fondements philosophiques, théoriques ou méthodologiques — y compris les approches sémiotiques, cognitives, interprétatives et critiques des phénomènes de communication.

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